quarta-feira, 23 de março de 2011

...forgive me.


Enquanto a voz se negava todos os dias a mencionar o motivo que a inquietava, seus olhos denunciavam todo o vazio dentro de si. Enquanto negava-se a ter esperanças, toda nova descoberta a machucava. Enquanto enxugava suas (agora) raras lágrimas na toalha, tentando convencer a si mesma que a tristeza iria embora com a àgua, sua alma suplicava por simples atos de saudades. Enquanto o sono desaparecia e o relógio apontava cada vez mais tarde, a vontade de se camuflar na cama até o fim dos dias clamava ainda mais forte. Enquanto ela reunia forças pra dizer "Tudo bem" e levantar todo dia para seguir a diante, todo dia ela parecia cada vez mais distante de ser ela mesma.

É possivel voltar a sorrir quando você nomea outro alguém como dono da sua felicidade?

O tempo ameaçando torna-se seu pior inimigo. Quem tivesse a coragem de lhe dizer que o tempo a curaria, não deveria sequer imaginar quanto tempo ela estava perdendo tentando esquecer, tentando não sofrer, tentando se levantar e muitas vezes caindo de novo ao sentir a falta dele. Principalmente tentando aceitar todas as respostas de suas próprias dúvidas. E não... Tempo não cura, apenas adormece.