quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Com o coração aberto...


"Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães. Apagamos as luzes. Fechamos as cortinas. Trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. Ficamos quietinhos, poucos movimentos, nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa. A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias. Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta. Não há como adivinhar e, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos motiva.

É maravilhoso quando conseguimos soltar um pouco o nosso medo e passamos a desfrutar a preciosa oportunidade de viver com o coração aberto, capaz de sentir a textura de cada experiência, no tempo de cada uma. Sem estarmos enclausurados em nós mesmos, é certo que aumentamos as chances de sentir um monte de coisas, agradáveis ou não, mas o melhor de tudo, é que aumentamos as chances de sentir que estamos vivos. Podemos demorar bastante para perceber o óbvio: coração fechado já é dor, por natureza, e não garante nada, além de aperto e emoções mofadas. Como bem disse Virginia Woolf, “não se pode ter paz evitando a vida."

- Ana Jácomo

domingo, 2 de janeiro de 2011

As much as I ever could...



Sábios são aqueles que fazem de sua dor uma obra de arte.
Aos imcompreendidos que lotam esse mundo de boas dolorosas músicas e lindos marcantes textos.
Os que raramente sabem seus reais significados até que... A realidade bate na sua própria porta, enchendo sua alma de fatos dolorosos e surreais. Vivenciando uma melodia.
Sábios são aqueles que transformam seus medos em algo admiravel.
Abrindo portas e janelas de emergências aos que virão usurpar sua pequena grande dor, para assim dizer: “Você, meu caro, não está sozinho nessa”.
Eu não estou sozinha...
Aos com seus espiritos perturbados, lotados de pequenas cicatrizes. 
Aos que amaram, se feriram e se viram rastejando-se no chão à procura de um meio alternativo de escapar de uma morte lenta e sofrida.
Aos pesadelos que teimam em brincar com seus temores. Felizes ao se fazerem lembrados.
A dor que ainda perambula tão firme e segura de si em seu inconsciente. Aos poucos fazendo-se entender que não há nenhum meio simples de afogar tanta angustia, nem mesmo de escapar de você mesmo.